sexta-feira, 29 de maio de 2009

Anjo!


Eu era a flor desfolhada
Dos vendavais ao correr;
Tu foste a gota dourada
E o lírio pôde viver.

Poeta, dormia pálido
No meu sepulcro, bem só;
Tu disseste - Ergue-te Lázaro! -
E o morto surgiu do pó!

Eu era sombrio e triste...
Contente minh'alma é;
Eu duvidava... sorriste,
Já no amar tenho fé.

A fronte que ardia em brasas
A seus delírios pôs fim
Sentindo o roçar das asas,
O sopro dum querubim.

Um anjo veio e deu vida
Ao peito de amores nu:
Minh'alma agora remida
Adora o anjo - que és tu!

Casimiro de abreu

Beijos

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